sábado, 21 de novembro de 2009

Kurôzu Zero (2007)

("Crows Zero")

Takashi Miike, figurinha já carimbada em Sitges, marcou presença mais uma vez no festival, em 2008, com uma adaptação do mangá de Hiroshi Takahashi, Kurôzu (em inglês: Crows). O filme conta a história por trás dos personagens que habitam a temível Suzuran All-Boys High School. Takiya Genji, filho de um chefe Yakuza e novato na escola, tem a missão de "conquistar" o local, que funciona como uma espécie de treinamento para futuros delinqüentes. Para isso, terá que desafiar todas as gangues rivais de cada ano e conquistar o respeito e a admiração de seus inimigos, formando um exército de marginais que herdará o poder do submundo de Tóquio.

Deixando um pouco de lado a pegada de ultraviolênica moderna pelo qual ficou marcado, Miike adota uma postura mais descontraída nesse filme, com uma linguagem totalmente derivada dos animes japoneses. Mas não entendam mal, violência é o que não falta, porém é pra lá de irreal. Aliás, apesar do filme se passar em uma escola, a última coisa que os personagens fazem é assistirem às aulas. Cabelos coloridos estilosos, roupas espalhafatosas, alunos espancando professores e muita, MUITA, testosterona gratuíta dão vida a esse universo adolescente de brigas constantes, onde as únicas coisas que importam são força e honra.

Como todo anime centrado em pancadaria, o filme é recheado de personagens unidimensionais e um roteiro bem clichê, o que pode tornar a experiência rapidamente cansativa (ainda mais levando em conta que a duração da obra). Mas é difícil não se divertir um pouco com as lutas em que, tão importante quanto sair vitorioso, é não perder a pose.


Direção: Takashi Miike
Roteiro: Shogo Muto (baseado em mangá de Hiroshi Takahashi)
Elenco: Shun Oguri, Kyosuke Yabe, Meisa Kuroki, Takayuki Yamada, Sansei Shiomi, Ken'ichi Endo, Goro Kishitani.
País: Japão
Duração: 130 minutos




Veja o trailer do filme aqui


Filme: Parte1 e Parte 2
(legendas em português PT-BR inclusas)





OBS: Não deu pra colocar tudo em um arquivo só, infelizmente. É necessário baixar as 2 partes!

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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Surveillance (2008)

Dois agentes do FBI visitam uma pequena cidade do interior dos EUA em busca do responsável por estranhos assassinatos ocorridos nos últimos dias. Na delegacia, interrogam, separadamente, três testemunhas envolvidas no último assassinato. Cada uma delas tem sua versão do que ocorreu. Porém, a verdade é muito mais simples do que imaginam.

Dirigido por Jennifer Chambers Lynch, nada menos que a filha de David Lynch, as expectativas já são altas antes mesmo do filme começar. Felizmente, Jennifer não trilha o caminho mais fácil simplesmente copiando o pai. Ela tenta criar uma identidade própria, o que, de certa forma, consegue, pois o filme venceu o grande prêmio do Festival de Sitges. Com uma trama instigante desde o início, o filme em momento algum se torna tedioso. A diretora consegue manter o clima de mistério e tensão até os últimos minutos, quando tudo é revelado.

Bill Pullman, chamado de última hora para substituir outro ator, dá um show como um dos agentes do FBI. Com personagens pra lá de detestáveis e uma narrativa em flashback que só contribui pro clima de confusão, Surveillance cria uma realidade crua e desesperançosa, mas sem necessariamente recorrer a uma constante violência gráfica gratuita para isso. Sem dúvida, um dos grandes destaques do festival.


Título em português: Sob Controle

Direção: Jennifer Chambers Lynch
Roteiro: Kent Harper e Jennifer Chambers Lynch
Elenco: Bill Pullman, Julia Ormond, Pell James, Mac Miller, Michael Ironside, Ryan Simpkins, Charlie Newmark, Gill Gayle, Shannon Jardine.
País: EUA e Alemanha
Duração: 97 minutos



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Filme: Megaupload
(legendas em português PT-BR inclusas)



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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fighter (2007)


A jovem Aicha é aficcionada por artes marciais. Ela discute constantemente com sua família de origem turca, que tenta enquadrá-la aos costumes do seu país contra sua vontade. Seu casamento arranjado e o sonho do pai de que ela se torne uma médica vão de encontro às suas próprias aspirações de independência. Aicha começa a treinar kung-fu escondida e enfrenta todo tipo de preconceitos para realizar seus sonhos.

A palavra aqui é "diversidade". Fighter não é só mais um filme de artes marciais, é também um belo comentário social do choque cultural que sofrem os imigrantes turcos vivendo na Dinamarca. A história, em essência, é a de um típico filme de esportes, onde a superação e a busca de um sonho são os temas centrais. O pano de fundo de um campeonato de kung-fu underground é, na realidade, pra lá de absurdo. Porém, não é esse o grande trunfo do filme da dinamarquesa Natasha Arthy. O foco está nos conflitos familiares e na busca de uma identidade própria da protagonista. As lutas coreografadas por Xian Gao (Crouching Tiger, Hidden Dragon) podem até chamar atenção de início, mas é a interpretação emotiva da charmosa Semra Turan que faz o filme.

No final das contas, a proposta um tanto quanto exagerada do filme, acaba dando lugar à uma história que tem como objetivo tocar, ainda que pareça fantástica. Semra Turan ganhou o prêmio de melhor atriz no festival por sua interpretação de Aicha.

Direção: Natasha Arthy
Roteiro: Natasha Arthy, Nikolaj Arcel, Rasmus Heisterberg
Elenco: Semra Turan, Nima Nabipour, Cyron Bjørn Melville, Molly Blixt Egelind, Sadi Tekelioglu, Behruz Banissi, Xian Gao, Denize Karabuda, Ertugrul Yilan, Özlem Saglanmak.
País: Dinamarca
Duração: 97 minutos.




Veja o trailer do filme aqui


Filme: Megaupload
(legendas em português PT-BR inclusas)





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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

The Cottage (2008)


Dois irmãos raptam a filha de um gangster dono de um bar de striptease. Dirigem até uma isolada cabana rural, de onde iniciam as tentativas para o resgate da voluptuosa refém. Tudo sai errado quando Peter, o irmão mais estúpido dos dois, deixa a moça escapar. Para piorar, logo descobrem que a terra onde estão pertence a um fazendeiro nada amigável.

Depois do sucesso de seu primeiro longa, London To Brighton, Paul Andrew Williams decide atacar no genêro da comédia-horror, bastante em voga na Inglaterra nos últimos anos. Dando um início mais leve e divertido ao festival, The Cottage balanceia os momentos cômicos (que são bem mais sutis do que em Shaun of The Dead ou Lesbian Vampire Killers, por exemplo) com cenas gore e muito, muito sangue. Os personagens são típicamente esterotipados, e o roteiro não impressiona em momento algum, mas apesar de não ser nada histérico, consegue prender a atenção pelas ótimas atuações de Andy Serkis (sim, o Gollum!) e Reece Shearsmith.

A ambientação é interessante, mas realmente mais atenção poderia ter sido dada ao vilão, que parece genérico e sem graça, ainda que faça referência a todos os filmes do gênero, de Texas Chainsaw Massacre a Wrong Turn. Enfim, um filme despretensioso, mas bem descontraído, que provavelmente agradará a quem gosta da mistura de horror com comédia.

Título em português: Cabana Macabra

Direção: Paul Andrew Williams
Roteiro: Paul Andrew Williams
Elenco: Andy Serkis, Reece Shearsmith, Jennifer Ellison, Steven O'Donnell, Logan Wong, Jonathan Chan-Pensley, Doug Bradley, Dave Legeno.
País: Inglaterra
Duração: 92 minutos




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Filme: Megaupload
(legendas em português PT-BR inclusas)





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doce días de oscuridad...


É, passei muito tempo sem postar, mas volto com novidades. Nessas primeiras semanas de Outubro ocorreu, na Catalunha, o melhor festival de cinema fantástico e de terror mundial. Como de costume, foram exibidos, durante os doze dias do Festival de Sitges, os mais inovadores filmes do gênero desse ano. Moon, filme de ficção científica de Duncan Jones, levou o prêmio de melhor filme. A Seleção Oficial contou ainda com pérolas como Enter The Void, novo trabalho de Gaspar Noé; Yattâman, do mestre japonês Takashi Miike; Bakjwi, a última incursão no horror de Chan-Wook Park, entre outras vinte obras escolhidas a dedo.

Enquanto todos eles não são lançados oficialmente aí afora, vou iniciar aqui uma série comemorativa do festival, com os participantes da Seleção Oficial do ano passado. Para deixar as coisas mais interessantes, apresentarei os filmes na ordem em que eles passaram no festival de 2008. São 24 filmes, porém só achei 18 com legendas certinhas. Se alguém puder colaborar com as legendas dos seguintes filmes é só entrar em contato, que aí poderemos pôr todo o festival aqui:

- La Possibilité d'Une Île (de Michel Houellebecq)
- Prime Time (de Luis Calvo Ramos)
- Santos (de Nicolás López)
- Sukai Kurora (de Mamoru Oshii)
- Your Name Here (de Matthew Wilder)

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Faust - Eine Deutsche Volkssage (1926)

Friedrich Wilhem Murnau (Nosferatu, Der Letzte Mann), um dos mestres do expressionismo alemão, assina mais uma obra que marcou o cinema mudo. Baseado tanto em tradições foclóricas, quanto na obra de Goethe, o filme mescla humor, drama e suspense ao contar a história de uma disputa entre o Paraíso e o Inferno. Mephisto, que representa o mal, faz uma aposta com um anjo: se conseguir corromper a alma de um homem honesto, o Inferno terá domínio sobre a Terra. Mephisto então lança uma praga em uma pequena vila medieval, onde Faust vive. Decidido a salvar a vila da epidemia, Faust faz um acordo com o demônio e acaba sendo seduzido pelos prazeres oferecidos por Mephisto.

Apesar de não ter o mesmo reconhecimento que de outras obras do movimento expressionista, é em Faust que Murnau mostra todo seu talento. Um visual épico e artístico inovador marcam essa que seria a maior produção alemã até o momento. Faust custou 2 milhões de marcos e levou cerca de seis meses para ser filmado. No auge de sua carreira, Murnau teve completa liberdade de criação, o que resultou em um raro preciosismo nas filmagens. Ao todo foram feitas cinco versões diferentes do filme, com cenas, ritmos e edições diferentes. Cada uma delas era direcionada a um mercado específico (Alemanha, Estados Unidos, França...).

Para aqueles que conhecem apenas Nosferatu ou Das Cabinet des Dr. Caligari, esse filme é essencial. Em termos de produção técnica ultrapassa até esses grandes pilares do cinema mudo alemão.

Título em português: Fausto

Direção: F.W. Murnau
Roteiro: Gerhart Hauptmann e Hans Kyser (inspirados nas peças de Goethe e Christopher Marlowe)
Elenco: Gösta Ekman, Emil Jannings, Camila Horn, Frida Richard, William Dieterle, Yvette Guilbert, Eric Barclay, Hanna Ralph, Werner Fuetterer.
País: Alemanha
Duração: 106 minutos.


Assista ao trailer do filme aqui


Filme: Megaupload
(legendas em português PT-BR inclusas)

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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

May (2002)

May nasceu para ser ignorada pelo mundo. Seu olho "preguiçoso" desde cedo assustava as outras crianças, o que resultou em uma infância solitária e triste. Sua melhor amiga, até mesmo depois de adulta, era a boneca que sua mãe lhe deu e que não poderia jamais ser tirada de dentro da caixa de vidro em que veio. A narrativa direta e objetiva conta a história de uma May crescida que, não tendo aprendido a se relacionar com ninguém quando pequena, sofre ao se apaixonar pelas mãos de um jovem diretor de filmes de horror. Enquanto isso, acompanhamos o seu dia-a-dia comum, tornado bizarro por sua timidez excessiva e seus gostos estranhos.

Até mais da metade do filme, tudo não passa de uma história trágicômica que cativa pela simplicidade das situações que vão ficando, com o tempo, mais tristes e desesperadoras para a protagonista. Definitivamente não é um filme para todos os gostos. Drama, comédia e horror se mesclam de uma maneira sutil e natural. Provavelmente não vai agradar à quem espera um horror cru e ultraviolento, já que mesmo com algumas cenas bem "gore", o filme brilha mesmo por seu tom de fantasia. A diferença é que aqui, apesar do tom leve de alguns momentos, as frustrações e angústias da protagonista são tratados de forma séria, intensificando a sensação de estranheza.

Angela Bettis tem uma atuação primorosa como a problemática May... o que é essencial para a história funcionar. Belos toques como as referências a Argento e a outros temas clássicos do horror; a maneira "descontraída" com que o filme lida com a violência e a solidão; e o final sensacional dão à essa recontagem improvável da história de Mary Shelley, um genuíno status cult. Transpondo regras previamente definidas, é recomendado a todos com um gosto pelo bizarro.

Título em português: May - Obsessão Assassina

Direção: Lucky McKee
Roteiro: Lucky McKee
Elenco: Angela Bettis, Jeremy Sisto, Anna Faris, James Duval, Nichole Hiltz, Kevin Gage, Merle Kennedy, Chandler Riley Hecht, Rachel David, Nora Zehetner, Will Estes, Roxanne Day, Samantha Adams, Brittney Lee Harvey.
País: EUA
Duração: 93 minutos


Assista ao trailer do filme aqui


Filme: Megaupload
(legendas em português PT-BR inclusas)

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segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Vampyr - Der Traum des Allan Gray (1932)

Obra-prima do mestre dinamarquês Carl Theodor Dreyer, conta a história de Allan Gray, um viajante que se hospeda em um pequeno hotel no campo. No meio da noite, Allan é supreendido por um estranho velho que entra em seu quarto para lhe entregar uma mensagem enigmática: "ela não deve morrer". Já na primeira cena percebe-se o clima gótico e tenso, com personagens incomuns e imagens pertubadoras que evocam uma paisagem de pesadelo surreal. O ritmo, como não poderia deixar de ser, é lento e se adequa à proposta geral do filme. Uma trilha sonoro clássica que beira à melancolia completa o cenário. Apesar da sensação típica de filme mudo, o trabalho de câmera é bem inovador. Ela vai "flutuando" pelos cenários interiores, dando um dinamismo inesperado e muito bem-vindo à obra.

A história, inspirada no romance Carmilla, de Le Fanu, é simples e diz respeito a um vampiro fantasmagórico e seus ajudantes. É contada muito mais visualmente do que através de diálogos, reforçando o sutil clima de mistério e incertezas. Aliás, as falas são tão esparsas (e, às vezes, até de caráter puramente fonético) que seria possível ver o filme sem legendas que não comprometeria em nada o entendimento da trama.

A investigação feita pelo jovem viajante é entrecortada pela leitura de um antigo diário que, aos poucos, explica a mitologia vampírica em que se baseia a história. Cenas como o inquietante sonho de seu próprio funeral e o velho com sua imensa foice tocando um sino, são muito mais efetivas e assustadoras do que boa parte das exploradas pelo "cinema de susto" de hoje em dia. Simplesmente incrível, não dá pra ficar muito melhor que isso.

Título em português: O Vampiro

Direção: Carl Theodor Dreyer
Roteiro: Carl Theodor Dreyer e Christen Jul (inspirado no livro Carmilla de Joseph Sheridan Le Fanu)
Elenco: Julian West, Maurice Schutz, Rena Mandel, Sybille Schmitz, Jan Hieronimko, Henriette Gérard, Albert Bras, N. Babanini, Jane Mora.
País: França e Alemanha
Duração: 75 minutos


Assista a trechos do filme aqui


Filme: Megaupload
(legendas em português PT-BR inclusas)

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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Night of The Living Dead (1968)

Apesar de ser White Zombie (1932), com Bela Lugosi, quem detém o título de primeiro filme de zumbis, Night of The Living Dead tem um mérito muito maior: definiu todo um subgênero do horror. A pequena produção dirigida por George Romero arrecadou mais de 40 milhões de dólares e estabeleceu as regras para o que viria a ser chamado de zombie apocalypse. Referência básica para os fánaticos do gênero, o filme contou ainda com as não menos lendárias sequências Dawn of The Dead e Day of The Dead, além das recentes Land of The Dead e Diary of The Dead.

Os irmãos Barbra e Johnny vão visitar o túmulo do pai em um cemitério localizado em uma área rural dos EUA. Enquanto Johnny tenta assustar a irmã, uma figura cambaleante se aproxima e os ataca. A partir daí começa a fuga de Barbra. Em meio ao inexplicável caos que rapidamente toma conta da região, os poucos sobreviventes lutam não apenas contra os mortos, mas também entre si mesmos.

Filmado propositalmente em preto-e-branco, o filme faz um grande uso das sombras na criação de uma atmosfera de tensão e medo do desconhecido. Romero, como viria a ser sua marca registrada, se utiliza do horror para tecer comentários sociais. Em uma época de alta tensão política nos EUA, o filme faz paralelos entre o ataque zumbi e a perda da estabilidade social americana. Deixando clara a mensagem: os monstros somos nós mesmos. Além de um grande marco histórico, é um dos filmes mais divertidos dentro do tema. A simplicidade da narrativa e da produção não prejudicam em nada. Pelo contrário, só contribuem ao filme. Na minha opnião, o melhor de Romero.


Título em português: A Noite dos Mortos-Vivos

Direção: George A. Romero
Roteiro: John A. Russo e George A. Romero
Elenco: Duane Jones, Judith O'Dea, Karl Hardman, Marilyn Eastman, Keith Wayne, Judith Ridley, Kyra Schon, Charles Craig, S. William Hinzman, George Kosana.
País: EUA
Duração: 96 minutos


Assista ao trailer do filme aqui


Filme: Megaupload
(legendas em português PT-BR inclusas)


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terça-feira, 21 de julho de 2009

The Masque of The Red Death (1964)

Em algum lugar na Europa, durante o período da Idade Média, uma praga assola o campo. Milhares de vidas já foram ceifadas pela Morte Vermelha. O príncipe satanista Prospero, protegido da doença em sua fortaleza particular, abriga a nobreza local, deixando o resto da população a morrer do lado de fora. Isolados do mundo, os hóspedes do castelo se entregam à depravações e festividades, criando o ambiente perfeito para Prospero invocar a aparição de seu mestre, Satã. Porém, quem de fato aparece é alguém muito pior.

Dirigido pelo mestre dos filmes-B, Roger Corman, esse filme faz parte do seu ciclo de adaptações das obras de Edgar Allan Poe. Filmado na Inglaterra, a produção, apesar de modesta, é bem mais suntuosa do que algumas de seus trabalhos anteriores. O colorido intenso dos figurinos e cenários colabora para o clima de fantasia em que a história se desenrola, criando um mundo à parte da realidade. Vincent Price interpreta o malígno Prospero de maneira impecável, trazendo todas as atenções para si com todo seu charme teatral. Apesar de não ser um clássico absoluto, é um filme simples, que esbanja estilo e vale a pena ser visto.

Título em português: A Máscara da Morte Rubra

Direção: Roger Corman
Roteiro: Charles Beaumont, R. Wright Campbell (baseado nos contos "The Masque of the Red Death" e "Hop-Frog" de Edgar Allan Poe).
Elenco: Vincent Price, Hazel Court, Jane Asher, David Weston, Nigel Green, Patrick Magee, Paul Whitsun-Jones, Robert Brown, Julian Burton, Skip Martin, Gaye Brown, Verina Greenlaw, Doreen Dawn, Brian Hewlett.
País: Inglaterra
Duração: 90 minutos


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Filme: Megaupload
(legendas em protuguês PT-BR inclusas)


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[HQ] Black Orchid (1988)


Em 1973, a Orquídea Negra fazia sua primeira aparição nas páginas das publicações da DC Comics. Com um certo visual mais dark, remanescente do Batman, ela lutava contra vilões de uma maneira bem típica. 15 anos depois, a DC decide dar uma nova roupagem ao personagem e entrega o projeto nas mãos de Neil Gaiman. Ainda pouco conhecido no mundo dos quadrinhos, o autor que viria a revolucionar o genêro com Sandman no ano seguinte, deu um tratamento de luxo à Orquídea. Com uma narrativa séria e detalhada, Neil Gaiman pôs por terra as convenções clássicas dos quadrinhos ao transformar o arquétipo genérico e clichê do herói, em um conto poético e trágico, onde os riscos e a violência são reais e não há nenhuma certeza moral.

Junto com outros trabalhos marcantes como Dark Knight de Frank Miller e Watchmen de Alan Moore, Neil Gaiman foi peça essencial para a popularização do que ficou conhecido como "quadrinhos para adultos". Nessa publicações, os limites do que era permitido ser publicado se tornaram muito mais abrangentes, dando grande liberdade de criação aos autores e trazendo de vez a noção de arte para os quadrinhos populares. Nos EUA, o grande expoente do subgênero foi a divisão da DC chamada Vertigo, criada em 1993 e resposável por grande parte dos títulos que irão aparecer por esse blog.

Ah, e não se pode também deixar de citar a parte gráfica da revista. Dave McKean, que ficaria conhecido por suas colaborações com Neil Gaiman e pelas incríveis capas de Sandman, tem participação essencial no sucesso de Black Orchid. Sua representação realista das feições dos personagens e o uso de cores intensas em contraste com a ambientação dark, dá a publicação uma qualidade visual incomum aos títulos americanos da época.

Título em português: Orquídea Negra

Roteiro: Neil Gaiman
Arte: Dave McKean
Edições: 3
Editora: DC Comics
Nº de Páginas: 161


Para quem não tá com o inglês afiado, está aí também a versão traduzida (agradecimentos ao Nerd Somos Nozes), mas já aviso que, apesar de bem maior, a versão original tem uma qualidade muito superior e vem em um lançamento especial com as três edições em uma só.

Revista: Inglês ou Português
(Recomendo o uso do IrfanView para visualizar as imagens de forma rápida e eficiente)

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domingo, 19 de julho de 2009

Nosferatu, Eine Symphonie des Grauens (1922)

Nove anos antes do lançamento do Dracula da Universal, um pequeno estúdio alemão produz a primeira grande versão cinematográfica da obra de Bram Stoker. Complicações com a obtenção dos direitos autorais levaram a produção a fazer alterações em todos os nomes dos personagens. Assim, Conde Drácula vira Graf Orlok e "vampiros" tornam-se "nosferatus".

Henrik Galeen, responsável por outros roteiros de clássicos do expressionismo alemão como Der Golem e Der Stundent von Prag, teve a árdua tarefa de adaptar a obra. Apesar da trama, em sua essência, ser bem fiel ao livro, personagens segundários como Van Helsing foram deixados de lado. Mas, sem dúvida alguma, o toque mais marcante está na própria concepção do vampiro. Diferentemente da visão charmosa e sedutora que ficou marcada nos filmes seguintes do Drácula (principalmente com Bela Lugosi e Christopher Lee), aqui o conde é uma criatura decididamente repugnante, com feições de roedor e longos dedos. Max Schreck conquistaria uma legião de fãs com sua original e assustadora interpretação do conde.

Dirigido pelo lendário F.W. Murnau (Faust, Der Letzte Mann), o filme alcançou não apenas o sucesso da crítica como também a atenção da viúva de Bram Stoker. Florence Stoker processou o estúdio por violação dos direitos autorais da obra do marido e venceu, fazendo com que boa parte das cópias existentes do filme fossem destruídas e levando o Prana Film à falência. Felizmente, a obra sobreviveu ao ataque e, com o passar dos anos, passou de um filme perdido a uma obra em domínio público. Hoje é tida como um das jóias do cinema mudo expressionista e, possivelmente, a melhor adaptação já feita do romance de Bram Stoker.

Direção: F.W Murnau
Roteiro: Henrik Galeen
Elenco: Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schröder, Alexander Granach, Georg H. Schnell, Ruth Landshoff, John Gottowt, Gustav Botz, Max Nemetz.
País: Alemanha
Duração: 94 minutos


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Filme: Megaupload
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sábado, 18 de julho de 2009

King Kong (1933)

Um dos grandes marcos do cinema fantástico mundial, King Kong bateu todos os recordes anteriores de bilheteria e praticamente salvou a RKO Studios da falência. O filme rendeu várias sequências, adaptações, séries de TV, e ainda dois remakes. Foi também o principal responsável tanto pela onda japonesa dos kaiju (monstros gigantes como Godzilla), quanto pelos filmes americanos de criaturas mutantes durante a época "atômica", nos anos 50.

Em uma obscura ilha do Oceano Índico, Kong, o gorila gigante, vive em constante conflito com outras criaturas pré-históricas e grotescas. Quando Carl Denham, um diretor americano, visita a ilha em busca de um local exótico para seu novo filme, encontra a criatura e logo muda seus planos. Decide capturá-la e exibi-la em Nova Iorque. E, claro, essa acaba sendo uma decisão desastrosa. Fay Wray, a "rainha do grito", representou o grande papel da sua carreira ao ser levada ao topo do Empire State nas mãos do monstro gigante.

Tecnicamente, King Kong também marcou com seus efeitos especiais em stop motion e uso de miniaturas e truques de câmera em diversas cenas. É também lembrado pela trilha sonora de Max Steiner, sendo uma das primeiras trilhas temáticas escritas para um filme falado.

Direção: Merian C. Cooper e Ernest B.
Schoedsack
Roteiro: James Ashmore Creelman e Ruth Rose (baseado em história de Merian C. Cooper e Edgar Wallace)
Elenco: Fay Wray, Robert Armstrong, Bruce Cabot, Frank Reicher, Sam Hardy, Noble Johnson, Steve Clemente, James Flavin
País: EUA
Duração: 105 minutos


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it's alive!

Não estamos mortos. Depois de alguns dias de ausência, vou tentar voltar a atualizar o blog pelo menos a cada dois dias. Fim de semestre sempre falta tempo mesmo...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Das Cabinet des Dr. Caligari (1920)

Lançado há quase um século atrás, Das Cabinet des Dr. Caligari permanece, ainda hoje, como um dos marcos do cinema expressionista alemão. O filme conta a história do estranho Dr. Caligari e seu companheiro sonâmbulo chamado Cesare. Ambos chegam à pequena vila alemã de Holstenwall, onde se apresentam em uma feira local sob a premissa de que Cesare - que dorme em uma pequeno caixão - acordará depois de décadas e responderá a qualquer pergunta que o façam acerca do futuro. A apresentação acaba sendo relacionada com os suspeitos assassinatos que ocorreram no mesmo dia pela cidade e a estranha dupla começa a ser investigada pelas autoridades do lugar.

Visto por boa parte da crítica como um dos filmes mais revolucionários e artísticos da época, a obra foi responsável por um novo direcionamento das produções do gênero não só na Alemanha, país onde foi produzido, mas no mundo todo. Causou ainda grandes controvérsias. Principalmente nos Estados Unidos, onde foi aclamado por especialistas devido a sua originalidade, mas recebido com repúdio por boa parte do público em geral. Não só pela estética incomum que possui, mas por se tratar de um trabalho de um país "inimigo", já que as tensões da primeira Guerra Mundial ainda não estavam esquecidas. Aliás, diversas análises do período relacionam a estética expressionista de distorções e ambientações que parecem saídas de pesadelos com o sentimento de terror e desilusão do pós-guerra.

O design macabro da produção, foi feito por pintores alemães, que juntamente com os criadores do filme, buscavam alcançar uma nova forma de narrativa visual, que fazia uso de cenários com ângulos tortos, proporções distorcidas e intensos jogos de luz e sombra. Em alguns momentos, até mesmo as sombras eram pintadas no cenário. Essa característica visual é uma das coisas que mais chamam atenção no filme e foi criada para evocar uma sensação de surrealismo e estranheza. O uso de algumas perspectivas incomuns também renderam certas associações com o cubismo, movimento artístico em voga na época. Por ser um filme mudo, as atuações são típicamente exageradas, criando um clima teatral dramático bem característico do período. Os espaços são completados por uma trilha sonora clássica não menos intensa, que acompanha o espetáculo visual. Decididamente, um dos maiores filmes de todos os tempos, dentro do gênero. Clássico obrigatório.

Título em português: O Gabinete do Dr. Caligari

Direção: Robert Wiene
Roteiro: Hans Janowitz e Carl Meyer
Elenco: Werner Krauss, Conrad Veidt, Friedrich Feher, Lil Dagover, Hans Heinrich von Twardowski, Rudolf Lettinger.
País: Alemanha
Duração: 71 minutos

Assista ao trailer do filme aqui

Filme: Megaupload
(legendas em português PT-BR inclusas)

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terça-feira, 23 de junho de 2009

The Old Dark House (1932)

Durante muito tempo considerado um filme perdido, The Old Dark House só foi relançado ao público depois de 1968. A produção, que conta com a direção de James Whale, foi um tremendo fracasso nos Estados Unidos, recebendo várias críticas negativas e pouco público nos cinemas, que aparentemente não entendiam o sutil humor irônico do diretor. Ainda assim, as críticas modernas são mais favoráveis ao filme, que, na época, só fez sucesso na Inglaterra, terra natal de Whale.

A trama é baseada no romance Benighted, de J. B. Priestley, e se passa no País de Gales. Viajantes, à procura de refúgio de uma tempestade, acabam sendo abrigados na mansão da bizarra família Femm. A situação vai ficando mais surreal e perigosa à medida que novos integrantes da família vão sendo apresentados e o objetivo passa ser apenas sobreviver à noite. Boris Karloff mais uma vez estrela em uma produção da Universal, que conta também com a participação de Ernest Thesiger (o dr. Pretorius de Bride of Frankenstein).

Direção: James Whale
Roteiro: Benn W. Levy
Elenco: Boris Karloff, Melvyn Douglas, Charles Laughton, Lilian Bond, Ernest Thesiger, Eva Moore, Raymond Massey, Gloria Stuart, Elspeth Dudgeon, Brember Wills.
País: EUA
Duração: 71 minutos


Assista a trecho do filme aqui


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sábado, 20 de junho de 2009

Freaks (1932)

Aos dezesseis anos, Tod Browning realizou o sonho de muitos jovens do mundo: fugiu com o circo que visitava sua cidade. Durante anos, viveu na companhia dos mais exóticos personagens. Ele mesmo personificou desde palhaços a "mortos-vivos", espetáculo em que era enterrado vivo e permanecia dentro de um caixão durante 24 horas. Essa experiência pessoal serviu de inspiração para seu maior trabalho, Freaks, que já era planjeado há quatro anos. Depois do sucesso absoluto de Dracula, o diretor conseguiu carta branca da MGM para iniciar a produção.

Exigindo desde o início atores com deformidades físicas reais, Tod Browning deu um realismo incomum à um mera história de vingança. A trama - baseada em conto de Tod Robbins - fala sobre o relacionamento de uma musa trapezista e um anão, após o mesmo receber uma imensa herança. Depois de realizado o casamento, a trapezista é aceita entre os "freaks" como parte do grupo. Só então ela deixa transparecer sua repugnância pela aparência das atrações circences e seu real amor por outro. A vingança dos traídos, então, é executada da forma mais cruel possível.

Cerca de trinta minutos do filme tiveram que ser cortados devido ao terrível choque causado aos expectadores. Hoje em dia, apenas pouco mais de 1 hora restou do filme e ainda assim percebe-se o quão à frente do tempo ele se mostrava. A recepção foi tão negativa que Browning, no alto de sua carreira antes dessa produção, teve grandes dificuldades de achar trabalho depois dela. Acusado por muitos de explorar as deficiências físicas dos atores como forma de atrair atenção, Browning, deixa claro no filme exatamente o oposto. Ele humaniza as pessoas que muitos viam como monstros e mostra que as verdadeiras "aberrações" as quais o título se refere são a bela trapezista e seu amante, que ridicularizam e enganam a todos. Absolutamente essencial.

Título em português: Monstros

Diretor: Tod Browning
Roteiro: Tod Robbins
Elenco: Wallace Ford, Leila Hyams, Olga Baclanova, Roscoe Ates, Henry Victor, Harry Earles, Daisy Earles, Rose Dione, Daisy Hilton, Violet Hilton, Schlitze, Josephine Joseph, Johnny Eck, Frances O'Connor, Peter Robinson.
País: EUA
Duração: 64 minutos


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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Repo! The Genetic Opera (2008)


Uma mistura de vários gêneros cinematográficos, a ópera-rock Repo! tem uma proposta das mais interessantes. O filme se passa num futuro distópico, onde uma epidemia que causa falência de órgãos mata milhões de pessoas. O caos se forma e as ruas ficam cheias de corpos. Então surge a corporação GeneCo, comandada pela poderosa família Largo, que financia órgãos. Além disso, a empresa vende uma anestesia viciante fabricada com uma substância retirada de cadáveres, o Zydrate, que é pirateado por ladrões de covas. Porém, se os órgãos transplantados não forem pagos, a GeneCo manda um Repo Man buscá-los de volta e ele não fará isso com meios muito cirúgicos. A personagem principal é uma menina de 17 anos que vive presa em casa por causa de sua doença e a super proteção de seu pai e que está relacionada a todo esse mundo obscuro da GeneCo de alguma forma.


O enredo do filme parece bem complicado no início. A forma que eles usaram para explicar essas confusões e conexões é uma espécie de graphic novel feita pelo proprio criador e ator do filme, mesmo assim a história fica com alguns buracos. O filme conta com cenas bem slasher quando o homem Repo vai atrás de suas vítimas. As músicas do filme são boas, tirando o fato de que insistem que atores cantem na maior parte do tempo, o que gera algumas canções meio sem graça. A personagem principal, interpretada por Alex Vega (Spy Kids), é um tanto irritante, com personalidade do tipo Avril Lavigne, e é a mais carente de talentos vocais do elenco, mas talvez fosse essa a proposta. Repo! também conta com a participação de Sarah Brightman, que canta maravilhosamente e a inesperada presença de Paris Hilton. O visual do filme é muito interessante e vale a pena conferir.


Direção: Darren Lynn Bousman
Roteiro: Darren Smith, Terrance Zdunich
Elenco: Alexa Vega, Paul Sorvino, Anthony Head, Sarah Brightman, Paris Hilton, Bill Moseley, Nivek Ogre, Terrance Zdunich, Sarah Power
País: EUA
Duração: 98 minutos


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terça-feira, 16 de junho de 2009

Dracula (1931)


Quase dez anos depois da primeira versão para o cinema do clássico livro de Bram Stock, a Universal lança esta que seria uma das suas maiores pérolas. Diferentemente do alemão Nosferatu, o filme foi totalmente autorizado pelo autor. Lon Chaney, estrela de várias outras adaptações da Universal, seria chamado para interpretar Drácula, mas o papel acabou nas mãos do até então pouco conhecido Béla Lugosi. O ator já havia interpretado o vampiro em uma peça na Broadway anos antes, portanto foi uma escolha segura da produtora (apesar de contestada por muitos) e, como os anos seguintes provariam, bastante acertada. Seu pesado sotaque húngaro acabaria lendário, sendo para sempre associado à figura do maior vampiro do cinema.

A direção ficou por conta de Tod Browning, já conhecido por seus filmes mudos de horror (The Unholy Three, The Unknown). Aliás, esse período de transição do cinema mudo para o falado é facilmente notado neste filme, evidenciado pelas interpretações muitas vezes exageradas. O roteiro é baseado mais na peça da Broadway, escrita por Hamilton Deane e John L. Balderston, do que no livro em si. Essa, por sua vez, faz diversas alterações na história original, mas mantém as personagens e a linha narrativa básica. Na noite de Walpurgis, Reinfeld encontra-se com Drácula em seu castelo, nos montes Cárpatos. No dia seguinte, ambos embarcam em um navio rumo à Londres. Ao chegar em Londres, a tripulação do navio encontra-se morta e Reinfeld louco. Drácula está à solta pelas ruas da cidade.

O filme ganharia diversas sequências, porém Lugosi só voltaria a interpretar Drácula na comédia Abbott And Costello Meet Frankenstein, de 1948, sendo esse seu último filme de grande porte. Ainda assim, o ator se tornou um ícone do horror, sendo constantemente chamado para interpretar vilões. Sua versão de Drácula é, para muitos ainda hoje, a melhor reencarnação do vampiro nas telas de Hollywood.

Direção: Tod Browning
Roteiro: Garrett Fort
Elenco: Béla Lugosi, Helen Chandler, David Manners, Dwight Frye, Edward van Sloan, Herbert Bunston, Frances Dade, Joan Standing, Charles K. Gerrard.
País: EUA
Duração: 75 minutos


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segunda-feira, 15 de junho de 2009

The Wizard of Oz (1939)


O livro infantil The Wonderful Wizard of Oz de L. Frank Baum inspirou varias adaptações, entre elas a mais marcante foi o filme de 1939 dirigido por Victor Fleming. O filme começa em sépia. A menina Dorothy, interpretada por Judy Garland, mora numa fazenda com sua tia Em e seu tio Henry quando um dia uma enorme tempestade surge. Dorothy se abriga dentro da casa, mas a janela do quarto bate em sua cabeça, deixando-a desacordada na cama. Quando Dorothy acorda, ela percebe que a casa está voando dentro do ciclone. A casa "pousa" no chão e então Dorothy, junto de seu cãozinho Toto, abre a porta para um novo mundo. O filme então se transforma do sépia para totalmente colorido. Quando a menina se admira com a aparência do lugar surge a famosa frase: "Toto, I've a feeling we're not in Kansas any more".

Com todos os personagens incriveis, cores, musicas e efeitos especiais esse filme foi uma grande marca na história do cinema e é, talvez, um dos filmes com mais referências dentro da cultura pop. Mesmo com diversos erros técnicos facilmente notáveis - como a fumaça que aparece antes mesmo da Bruxa entrar em sua marca, cordas visíveis por todos os cantos, entre outros - os efeitos do filme foram muito avançados para a época. Para a filmagem em technicolor todas as cores tinham que ser exageradas para aparecerem e era necessário que usassem tanta luz que o calor do estúdio podia chegar a quase 40ºC.

O filme foi premiado com o Oscar de melhor canção original, por Over The Rainbow, e de melhor trilha sonora. Um verdadeiro clássico, quem ainda não o viu com certeza ficará de fora de muitas piadas de Hollywood.


Título em português: O Mágico de Oz

Direção:Victor Fleming
Roteiro: Noel Langley, Florence Ryerson, Edgar Allan Woolf
Elenco: Judy Garland, Frank Morgan, Ray Bolger, Bert Lahr, Jack Haley, Billie Burke, Margaret Hamilton, Charley Grapewin, Pat Walshe, Clara Blandick, Terry, The Singer Midgets.
País: EUA
Duração: 101 minutos


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domingo, 14 de junho de 2009

The Invisible Man (1933)


Baseado no romance de mesmo nome de H.G. Wells, lançado em 1897, o filme continua a tradição da Universal de filmar os clássicos do horror e da ficção científica. James Whale, responsável pela direção de Frankenstein anos antes, marca mais uma vez com The Invisible Man, merecendo uma recomendação especial no Festival de Veneza. O inglês Claude Rains faz sua estréia em solo americano interpretando o Dr. Jack Griffin, que ao descobrir o segredo da invisibilidade acaba enlouquecendo. Originalmente dado a Boris Karloff, Rains ganhou o papel depois de um desentendimento salarial de Karloff com o produtor Carl Laemmle Jr.. Claude Rains aparece na maior parte do tempo ou sob bandagens ou apenas como uma voz sem corpo. Mesmo assim, sua carreira deslanchou após o filme, chegando a receber quatro indicações ao Oscar nos anos seguintes.

Inovador em seus efeitos especiais, o filme passou anos em produção. O grande problema, a exemplo de outras adaptações de livros para o cinema, era com seu roteiro. Diversos tratamentos diferentes foram dados a história, indo desde uma ambientação russa a uma ficção espacial. Felizmente, a versão de R.C. Sherriff foi aceita e é lembrada como uma das mais fiéis ao livro dentre os clássicos da Universal dessa época. H.G. Wells, apesar de insatisfeito com o tratamento dado ao personagem principal, aprovou a obra.

Título em português: O Homem Invisível

Direção: James Whale
Roteiro: R.C. Sherriff, Preston Sturges, Philip Wylie
Elenco: Claude Rains, Gloria Stuart, William Harrigan, Henry Travers, Una O'Connor, Forrester Harvey, Holmes Herbert, E.E. Clive, Dudley Digges.
País: EUA
Duração: 71 minutos

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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street (2007)


Seguindo o curso comum de um filme musical, a história de Sweeney Todd começa como um livro escrito no século XIX, do qual várias adaptações para o cinema mudo são feitas. Nos anos seguintes, um musical da Broadway com mesmo nome e mais adaptações. O filme de Tim Burton, lançado em 2007, é baseado fielmente no musical.

O filme começa com o barbeiro Benjamin Barker, agora chamado Sweeney Todd, chegando em Londres muitos anos após seu exílio. Acompanhado pelo mocinho Anthony, Todd conta a história trágica de como foi exilado por um juíz chamado Turpin. Os dois se despedem e Sweeney Todd vai a loja da viúva Mrs. Lovett, que conta o terrível destino da esposa de Benjamin Barker: ela se matou com arsênico após sofrer abusos do inescrupuloso juíz Turpin. Irado, Todd se revela e busca vingança. Com a ajuda de Lovett, o barbeiro usa de seu ofício para matança, tendo Turpin como o alvo principal. Enquanto isso, Mrs. Lovett faz tortas com a carne das vítimas. O mocinho, Anthony, se apaixona por Johanna, protegida de Turpin, e que é, na verdade, filha do antigo Benjamin Barker. Ele decide livrar a menina de seu confinamento cruel.

A direção de arte do filme é incrivel (como em todos os filmes de Tim Burton), sendo esse o maior trunfo desse trabalho, ganhando inclusive um Oscar nesse mérito. Os papéis de Sweeney Todd e Mrs. Lovett interpretados por Johnny Depp e Helena Bonham Carter não poderiam ser melhor interpretados por outros atores. A parte musical ganhou um tom mais sombrio e praticamente todas as vozes foram transpostas tons acima, o que fica muito marcado no canto de Jane Wiesener, que faz o papel de Johanna, que chega a agudos extremos. A parte do mocinho é a mais fraca, com a musica mais clichê de todas, dedicada a Johanna, mas esse é o papel meloso que é destinado aos mocinhos. Com certeza é um filme que vale a pena ser visto e revisto.

Título em português: Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet

Direção: Tim Burton
Roteiro: John Logan
Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rockman, Timothy Spall, Sacha Baron Cohen, Jamie Campbell Bower, Laura Michelle Kelly, Jayne Wiesener, Ed Sanders.
País: EUA e Reino Unido
Duração: 116 minutos


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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Dr. Jekyll and Mr. Hyde (1931)


Baseado na obra de Robert Louis Stevenson intitulada Strange Case of Dr. Jekyll And Mr Hyde, de 1886, esta já seria a sexta adaptação para o cinema do clássico literário do horror. Aproveitando a onda de sucesso das adaptações do gênero da Universal, a Paramount marcou época com esta produção. O filme acabaria rendendo a Fredric March o oscar de melhor ator por sua interpretação do médico.

Sem dúvida, uma das partes mais marcantes do filme é a transformação do médico em monstro. A cena fez uso de uma elaborada técnica de filtros coloridos e pesada maquiagem para mostrar, em frente as câmeras, a metamorfose monstruosa. Contando com a sorte de ser lançado logo antes da instalação do código de censura estadunidense, o filme pode ser visto, na íntegra, com todas as nuâncias sexuais de Miriam Hopkins, que interpreta a prostituta. Lançado três anos antes de Werewolf of London, a obra é tida como uma das grandes responsáveis pelo fracasso do primeiro filme de lobisomens da Universal, devido à similariedade dos dois.


Título em português:
O Médico e O Monstro

Direção: Rouben Mamoulian
Roteiro: Samuel Hoffenstein, Percy Heath
Elenco: Fredric March, Miriam Hopkins, Rose Hobart, Holmes Herbert, Edgar Norton.
País: EUA
Duração: 98 minutos


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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Teeth (2007)


Dawn O’Keefe é uma colegial e parte de um grupo de jovens cristãos unidos pela abstinência sexual. O que ela ainda não sabe, é que ela na verdade tem um trauma causado por uma experiência infantil com a sua "vagina dentata". Posteriormente, Dawn terá uma experiência sexual com um garoto do mesmo grupo, que a leva para uma caverna à beira de um lago. A menina fica confusa e nervosa e pede para ele parar, mas o garoto força-se para dentro de Dawn. Obviamente, um desastre acontece.


O resto do roteiro vai bem e entretém. O filme lida com uma idéia de evolução. Os dentes da vagina da garota seriam uma evolução da mulher, um mecanismo de defesa contra estupros, pois só são ativados quando a relação não é consensual. Mais tarde, quando ela fica mais consciente de seu "dom", os dentes são ativados por sua vontade propria. Idéia, claro, completamente fantasiosa sobre evolução humana. Outra idéia irreal é o personagem do irmão postiço de Dawn: ele faz o completo vilão-malvado-revoltado-roqueiro-violento e tem dos sentimentos mais estranhos por sua meia-irmã.


O filme foi prestigiado no festival de Sundance com o Grande Prêmio do Juri para a atriz principal Jess Weixler. Misturando horror e comédia, com certeza é um filme divertido e inovador.



Título em português: A Vagina Dentada


Diretor: Mitchell Lichtenstein
Roteiro: Mitchell Lichtenstein
Elenco: Jess Weixler, John Hensley, Josh Pais, Hale Appleman, Lenny Von Dohlen, Vivienne Benesch, Ashley Springer, Julia Garro, Nicole Swahn, Adam Wagner, Doyle Carter.
País: EUA
Duração: 94 minutos


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The Wolf Man (1941)

Mesmo não sendo o primeiro filme da Universal sobre lobisomens e não tendo tanto prestígio imediato quanto outros monster movies da época, The Wolf Man foi muito mais bem-sucedido que seu antecessor, Werewolf of London, lançado 6 anos antes. Interpretado por Lon Chaney, Jr., um dos maiores ícones do cinema de horror, a criatura usa o mesmo conceito explorado no filme anterior: é bípede e se assemelha muito mais a um homem peludo do que a um lobo, como dita a lenda. Aliás, o maior feito do filme foi criar uma mitologia que ficou mais marcada no imaginário popular do que aquela que lhe deu origem. O uso da prata contra lobisomens e a transformação associada a lua cheia foram idéias criadas exclusivamente para o filme e que hoje já parecem "tradicionais".

O roteiro, ao contrário da maioria dos antigos lançamentos da Universal, não é baseado em nenhum conto ou livro e foi criado originalmente para o filme. A história se passa no País de Gales, para onde Larry Talbot viaja depois da morte do seu irmão. Lá, ao visitar um acampamento cigano, ele acaba sendo mordido pelo que acredita ser um lobo, porém logo descobre a verdade. Béla Lugosi, ainda em alta, também aparece no filme como o cigano licantropo chamado ahn... Bela.

Ah, e fiquem de olho que esse ano sai uma remake desse filme com Anthony Hopkins e Benicio del Toro, dirigido por Joe Johnston (Jumanji, The Rocketeer, Honey I Shrunk The Kids).

Título em português: O Lobisomem

Direção: George Waggner
Roteiro: Curt Siodmak
Elenco: Lon Chaney Jr., Béla Lugosi, Claude Rains, Warren William, Ralph Bellamy, Patric Knowles, Maria Ouspenskaya, Evelyn Ankers.
País: EUA
Duração: 70 minutos


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